quinta-feira, abril 08, 2010

De como te adoro

De visita à blogosfera, empaturrei-me com um blog de escrita densa e profunda. Já não sei que blog era.

Lembrei-me de 2004, quando comecei a "blogar". Da relação directa entre o número de comentários e a suposta qualidade do blog. De como eram bonitas as palavras, sobretudo deprimentes, dos que escreviam sobre os afectos (está na moda agora, dizer e escrever coisas deste género, tipo "afectos" e tal).

Pois, seis anos mais tarde, fiquei empaturrada de escrita densa e profunda num blog onde esbarrei, bati de cabeça e caí pra trás.

De como te adoro, mas - oh anátema - tu não me adoras.
De como apetece falar da "vida nacional", com os nossos quês e porquês, mas só me lembro de como te adoro - obviamente, tu não me ligas nenhuma.
E às tantas, já te detesto de tanto te adorar - de permeio com as questões judiciais nacionais, políticas, anemias da sociedade e assim.

Ah! Mas como te adoro...
E pronto. Assim, num blog se escreve pelo gosto de escrever; assim se realiza uma série de exercícios de escrita, sem que haja nem uma ponta de coerência emocional.
De como te adoro, detesto adorar-te, com as nossas histórias do nosso dia-a-dia pelo meio.

Basicamente, depois de fazer a digestão, depois de umas quantas águas das pedras, de arrotar vogais e consoantes, lá entendi. Afinal, o que a autora do blog queria dizer era: escrevo bem, conjugo bem tempos verbais, uso figuras de estilo, já agora aproveito e misturo o adoro e o detesto (contrastam bem), dirijo tudo isto a ti e, no final, ficou um exercício de escrita, com todos os pontos nos is e sem nada lá dentro.

Agora que já arrotei, sou como os bébés... já posso ir dormir.
Até logo.

1 comentário:

Susanowa disse...

O_O
Ah mas a pseudo-intelectualidade nunca sai de moda... hi hi hi..

Bons sonhos.. :o)