segunda-feira, setembro 13, 2010

As "gordas" mentem descaradamente!

Ainda que desfocada, a foto mostra tudo.

A Princesa das Astúrias, segundo o título de primeira página da Nova Gente, fez um aborto, antes de se casar com Felipe.


Com uma primeira página destas, enfim... até parece que é verdade. Mas não é isso que diz o resto do artigo no interior da revista. Aliás, é prática comum da revista, "alterar" ligeiramente o que diz na capa, em relação ao que, depois, aparece no artigo central. São "pequenas discrepâncias"... como esta.

Segundo parece, um espanhol escreveu um livro chamado "Leticia Ortiz: Uma Republicana na Corte de Juan Carlos I". Diz a revista, na página 36 e cito:

"O Jornal de referência espanhol (El Mundo) vai mais longe nos argumentos de defesa à princesa. Chega mesmo a duvidar da existência de um informador no CNI (Centro Nacional de Informação), que, alegadamente, terá dispensado provas do hospital mexicano em que Letizia esteve internada, após complicações na gravidez, que acabaram por levá-la a sofrer um aborto."

Isto está na Nova Gente!! Ou seja, é importante referir - também está na NG - que, na altura, Letizia Ortiz era casada com Alonso Guerrero Pélez, com quem namorou dez anos!!!!

Portanto, esta mulher sendo casada, segundo o El Mundo, SOFREU ( NÃO fez) um aborto espontâneo que é, para qualquer mulher uma das maiores dores emocionais que se pode sofrer!

E, na capa, a Nova Gente diz claramente o que se vê na fotografia que tirei. Diz que Letizia FEZ um aborto!

Só para se fazer uma ideia, o texto começa assinalado a bold: " A dias de fazer 38 anos, vê a imagem manchada por um livro que conta histórias macabras." E que histórias são essas? Histórias comuns, de pessoas comuns: que Letizia teria sido republicana e agnóstica , até aos 32 anos; que ela terá sido hippie; que terá sido detida por posse de haxixe; que o Rei não confia na nora, basicamente porque ela tem muito poder, de tal forma que "ofusca" o Príncipe das Astúrias e por aí fora.

A ética profissional de alguns jornalistas é completamente questionável! A ética editorial da Nova Gente é mais que questionável Não importa se há várias fontes, várias informações, o que importa é vender! VENDER! O que interessa hoje, o passado de Letizia? Sobretudo, quando é público que, num regime monárquico, ela é plebeia!

Enfim, há outras coisas a considerar. Na minha opinião, por exemplo, numa monarquia o sucessor do Rei deve ser o filho primogénito. Na monarquia espanhola, a primonénita é a Infanta Elena. Não importa se é mulher ou homem, o filho primogénito dever ser o sucessor do rei. O Príncipe Felipe é o filho mais novo. Como a linha de sucessão já está torta, não se vai endireitar, porque, entretanto, a seguir à Infanta Elena, deveria reinar o filho primogénito dela.

Outra questão, ainda, é por exemplo, a forma como certos regimes monárquicos regem o casal real. Veja-se a Jordânia, um país discreto que só começou a ser mais falado, por causa da mulher do Rei. A Rainha Rania é mais falada e mais conhecida do que o Rei Abdullah. No entanto, e precisamente devido a essa popularidade, foi certamente decidido que o trabalho da Rainha é chamar a atenção do mundo para vários problemas que surgem, não só na própria Jordânia, como em outros países do Médio Oriente. O Rei surge como uma figura de segundo plano, com muito mais poder do que aparenta.

Mas, enfim, aqui os nossos vizinhos espanhóis... não.
Não há dúvida que Letizia atrai as atenções, é carismática, é "fora do comum". Por várias razões. Entre elas, a Princesa repete roupa, em eventos públicos, o que muito chocou alguns designers espanhóis, que estavam habituados ao "tacho" de vestir a família real. Letizia atreveu-se a escolher o seu próprio estilo, o que é, como se sabe, também muito macabro - tal como o seu passado de plebeia.

Na monarquia norueguesa, por exemplo, o sucessor do Rei é também o filho varão, segundo filho do Rei Harald. Entretanto, em 1990 houve emendas na Constituição noruguesa, garantindo progenitura absoluta - isto é o primeiro filho será o sucessor, seja mulher ou homem. Se Haakon da Noruega vier a suceder ao pai, a seguir na linha de sucessão para o trono está o filho primogénito de Haakon , que é mulher.

Pessoalmente, também me choca o "grande" problema da ascendência ao trono imperial do Japão. O sucessor do Imperador Akihito tem uma filha, a princesa Aiko, que deveria suceder, um dia, ao pai. Mas como é mulher, a sociedade japonesa está agora numa fase difícil, com fortes opiniões distintas. Deveria mudar-se a lei, tal como se fez na Noruega? É que, tal como estão as coisas, o sucessor do Imperador japonês, sendo homem, terá que ser o filho do segundo filho do Imperador. E assim vamos.

Há, de facto, um aumento de consciência para que papéis sociais mais poderosos sejam ocupados por mulheres. E é incrível que só agora, nos últimos vinte anos, isto esteja a acontecer. Enfim, isto nem sequer deveria ser ponderado. Já está mais do que provado que houve grandes Reis e grandes Rainhas, na história. Cheers para a monarquia britânica que, independentemente dos seus problemas , digamos "internos", teve até agora três grandes fases de desenvolvimento em que os Reinados foram femininos: Isabel I, Vitória, que ascendeu ao trono com dezoito anos e reinou durante 63, e agora, Isabel II.

Enfim, pouco mais há a dizer acerca de Letizia de Espanha. Apenas que nasceu plebéia, casou com um príncipe e não se compreende - precisamente por ter nascido plebéia - que "incomode" tanta gente. Porque será?

Quanto à Nova Gente, dispenso.

domingo, setembro 12, 2010

...quando me dá a gosma...

... dá-me muitas vezes, ao ler coisas destas.



Dá-me um prazer particular tirar a fotografia e colocá-la aqui. Podia passar o artigo pelo scanner, mas não.

Se ainda não leram, é melhor ler primeiro.

Que caramba de "movimento masculino" é este que se vem gerando há uns tempos?
Antigamente, chamar a uma rapariga "maria-rapaz" NÃO era um termo carinhoso. Nada tinha de carinhoso.
Abano a cabeça, incrédula, ao ler que o próprio autor deste texto, quando tinha 15 anos, se recorda que, conversas sobre mulheres e sexo, namoradas e assim, só tinham os rapazes. Pois acho que recorda mal.
Olhando para a fotografia mal amanhada que está no jornal, o autor deve ser da minha geração. As minhas amigas e eu falávamos de sexo, de rapazes, de namorados, do que fazíamos com eles, e por aí fora - por volta dos 15 anos.

Porque é que há um desejo latente, um silencio ruidoso, por parte de alguns homens que as mulheres sejam como eram antes? Vivemos o tempo que vivemos, estamos onde estamos.
Nesta altura das nossas vidas, é assim que está a sociedade. Aceite-se o poder feminino, de falar, de escarafunchar sexualidades, de as mulheres fazerem as mesmas asneiras que os homens faziam, quando tinham 15 anos.

Bem vistas as coisas, garanto, a maioria dos homens não faz a mais pequena ideia do que falamos, nós mulheres, quando estamos entre nós.
E, pelos vistos, também não sabia quando ele próprio tinha 15 anos.

Ao fim e ao cabo, convenhamos, se as gabarolices dos 15 anos existiam entre os rapazes, também existiam há 20 anos atrás entre as raparigas.

Pena é que, ainda hoje, alguns homens falam do que não fazem. Porque os que fazem, não precisam de falar disso. São seguros, emocionalmente estáveis. Não se assustam com esse bicho perigoso que é a mulher.

Tenho pena deste senhor, coitado! Deste e dos que pensam como ele. Mulheres como eu damos cabo deles, com um simples estalar de um dedo.

Tufa! Já está!