quarta-feira, junho 30, 2010

Havendo falta de melhor ...

... agora, o importante é que o Governo está a "envelhecer".

O Correio da Manhã não cessa de me surpreender pela estupidez editorial.
A capa da revista de domingo passado, é a fotografia de José Sócrates, trabalhada com um editor de imagem qualquer, "envelhecendo" o nosso Primeiro Ministro que - não sei se... assim, só por acaso, nos lembramos - fomos nós colectivamente, por eleição, que escolhemos. Fomos todos nós, que votámos nele.

Portanto, merece capa de revista José Sócrates "photoshopado" ali, com mais uns anos em cima.
Ora, como em geral, todos nós já deixamos de respeitar o envelhecimento, como forma de experiência e sabedoria, para valorizar a "beleza" da juventude, aquilo que está escrito e mostrado na revista do Correio da Manhã, apresenta-se como se fosse "mau" que o nosso Governo esteja a envelhecer.

Políticas à parte, temos neste momento em Portugal dois homens super carismáticos no poder: Cavaco Silva ( em pessoa é uma estampa de um homem, alto, tem um olhar penetrante e é super charmoso) e José Sócrates (por acaso, nunca o vi pessoalmente) que veste fato e gravata e se move com o maior à vontade dentro dele. Tem aquilo a que se chama elegância natural.

Estes dois homens têm envelhecido com mais charme ainda.
Senão vejamos as duas fotografias comparativas de Sócrates que estão na revista do Correio da Manhã.


O homem está a envelhecer, realmente. Em cinco anos, conseguiu ficar ainda mais charmoso, com uma imagem mais elegante. Depois, vem a "análise" fotográfica de vários elementos do Governo, tipo "antes e depois".

Teixeira dos Santos não mudou muito. Luís Amado ficou ainda mais charmoso. Gosto de homens com o cabelo grisalho. Jorge Lacão não é um homem atraente e sinceramente, também não noto grande diferença. António Braga ficou mais grisalho e emagreceu, nota-se. Santos Silva tem um charme muito próprio e só ficou a ganhar com o passar dos anos. Cravinho é um homem feio, na minha opinião e mais uma vez, só ficou mais grisalho.

Enfim, na revista do Correio da Manhã de domingo passado, acrescenta-se também um especialista que sugere tratamentos de pele e afins, para prevenir o envelhecimento nos homens do nosso Governo.

Bom, e eu cá fiquei a pensar, para quê gastar dinheiro a "prevenir" o envelhecimento, quando todos estes homens só ficaram a ganhar com o passar dos anos? Os que já são homens "interessantes" ficaram ainda mais interessantes, os que são ... enfim... menos bonitos, também não ficaram pior com a idade. Portanto, o passar do tempo traz mais charme a quem já é chamoso e mais cabelos grisalhos - que, para mim é um traço muito elegante num homem.

Pois então, ainda bem que o nosso Governo está a envelhecer. Seja o Governo "bom ou mau", dá sempre para ver homens compostos, alguns deles bem atraentes, outros menos, mas certamente que o passar do tempo só lhes trouxe benesses. Abençoado envelhecimento. Ficaram todos com muito mais pinta!!

quinta-feira, junho 17, 2010

O pai de todos os vícios

Dizem que é o ócio. A mãe dever ser a preguiça, presumo.
Ao nível de análises comportamentais, há quem diga que a palavra "preguiça" não se aplica de todo; costuma haver algo por detrás que produz um "comportamento preguiçoso". Algum sentimento ou emoção que provoca uma paragem, ou aquilo que exteriormente parece uma paragem.

Ora, segundo o Dicionário Online Priberam

ócio
s. m.
1. Vagar.
2. Folga.
3. Repouso.
4. Preguiça, mandriice.
5. Falta de trabalho.
6. Ocupação agradável em momentos de folga.

preguiça
s. f.
1. Propensão para não trabalhar. = mandriice, ócio, vadiagem
2. Demora ou lentidão em agir. = vagar
3. Gosto de estar na cama, de se levantar tarde.
4. (...)

Há ainda mais definições para preguiça, mas não se prendem com este contexto de "preguiçar".

Uma destas definições é ligeiramente mais agradável do que a outra. Num dos meus momentos de ócio, fui à procura de como é que os outros viviam esses momentos de ócio ou se, eventualmente, seriam agradáveis de viver.

Ghandi disse: "A pureza de espírito e a ociosidade são incompatíveis."

O poeta Inglês William Cowper achava que "Falta de ocupação não é repouso; uma mente absolutamente vazia vive angustiada".

A frase que é o título deste texto ainda continua: "Ócio, pai de todos os vícios e filho de todas as virtudes." É do escritor Francês Georges Perros.

Confesso que Séneca foi uma surpresa, quando descobri que tenho um sentir muito idêntico ao dele. Nas "Cartas a Lucílio", dizia Séneca: "Existe muita diferença entre uma vida tranquila e uma vida ociosa."

De todos estes pensamentos acerca do ócio, concordo em absoluto com Séneca. Não concordo de todo com Ghandi ( e achava que sim, que Ghandi seria com quem mais me identificaria nesta questão). Discordo também de Cowper, absolutamente!! Se existe uma mente absolutamente vazia, não há sequer espaço para a angústia!!

E, enfim, numa tarde solarenga de quarta-feira, num momento de pleno ócio - mas não de preguiça - será que só por pensar nisto me tornei filósofa, por uns momentos?

Talvez seja bom acrescentar mais palavras a isto, palavras daqui: