segunda-feira, abril 26, 2010

Falta de identidade

Já começou a Expo 2010, em Xangai.

E lá está o Pavilhão de Portugal... quer dizer um monte de "cortiça nacional" a representar o nosso país.

Segundo este site :

"O Pavilhão de Portugal com uma área de 2.000 m2 apresenta uma fachada revestida de cortiça, material nacional, reciclável e ecológico. Trata-se de um exemplo de inovação e de boas práticas ambientais que potenciam a imagem de Portugal na maior Exposição Universal alguma vez realizada. Reflecte o conceito de sustentabilidade dos edifícios das cidades contemporâneas e realça-o como elemento-chave das políticas nacionais em termos económicos e ambientais."

A ideia geral é "recriar" a Praça do Comércio, mesmo no centro de Lisboa.

O nosso tema:
Portugal, uma Praça para o Mundo e Portugal, Energias para o Mundo.

Sim senhor!!!
Basicamente, o nosso Pavilhão é um bloco de "cortiça nacional", reciclável (claro!) e assim se representa um país que é, segundo o tema, uma praça para o mundo.

É mais ou menos isto:



Excuse me??
Se não housesse qualquer referência a Portugal, neste edifício, comco é que ele nos identifica??
Obviamente não sou arquitecta (Carlos Couto é que fez o edifício), mas olho pra isto e não me identifico, como cidadã Portuguesa.
Pode ter dado muito trabalho a contruir, imaginar, criar (com um orçamento na ordem dos 3 milhões de euros!!!), custou-nos os olhos da cara e ... onde está Portugal nisto?

Tudo remete para uma "modernidade" (palavra muito moderna, perdoe-se a repetição), em que tudo o que é a nossa tradição é completamente abandonado. Ou seja, tradição e "modernidade" não combinam. De todo!

Se perdermos esta relação - modernidade/tradição - deixamos de ter identidade.
Não me revejo, como Portuguesa, neste edifício que, supostamente, representa o meu país na Expo 2010, em Xangai, na China.

E sonho com as nossas coisas, as Portuguesas - com as casas minhotas, com as casas algarvias, com as casas da Serra da Estrela, com os bairros típicos de Lisboa, do Porto. E o meu sonho termina comigo a entrar no Pavilhão de Portugal na China: um enorme pastel de nata (feito de cortiça nacional ... reciclável).

quinta-feira, abril 22, 2010

Alicia - A Grande



Vai estar no Pavilhão Atlântico, no próximo dia 29 de Abril!!!

Uma das minhas artistas favoritas! Alicia Keys não é só uma cara bonita (não se compara a outras cantoras). Ela é uma performer completa: compõe, toca piano clássico e finalmente entra em palco e a voz arrebata-nos.

Desenganem- se os admiradores de "Beyonces", de " Lady Gagas", de Rihannas".

Não há comparação possível.
There is only one Alicia. Aqui com JayZ (que por acaso é casado com Beyonce, mas isso são outros quinhentos...)

Alicia, para quem gosta, claro, já esteve por terras lusas, no Rock in Rio.

quarta-feira, abril 14, 2010

Ignorância

Tenho dado conta de que vivo na ignorância. Nada de que uma pessoa se possa orgulhar, imagino. Mas gosto, confesso, deste não saber coisas que não me interessam. É por isso que sou selectiva naquilo que vejo na televisão ou leio nos jornais. Importa saber questões de fundo da vida económica nacional, questões que nos envolvem, como alterações ao pagamento de impostos ou eventuais mudanças nos regimes da Segurança Social, pagamento de reformas, etc. Se, como cidadã, não posso fazer nada relativamente aos problemas no Haiti ou em relação a um congresso político qualquer, para quê preocupar-me com isso? Obviamente que não me regozijo com situações como o que aconteceu no Haiti; só posso fazer o que posso fazer. Uma dessas coisas, é não me alimentar desse tipo de sentimento. Outra, é colaborar com as instituições mundiais de apoio a tragédias desse género. Falar disso no café, não é algo que ajude. Pelo contrário. Ouve-se muito o "velho" comentário - pois... isto está uma desgraça! (quase instantaneamente, espera-se um outro comentário que também é chapa cinco - a culpa é do governo!). Não me vale de nada conhecer histórias que não me pertencem, como as histórias de violência doméstica; as histórias de facadas e tiros, por causa de uma faixa de terreno (estas já vêm do tempo dos meus avós, só que agora aparecem como se fossem realmente notícia , em certo tipo de jornais e tvs nacionais). Sem saber, ou querer saber, deste tipo de histórias, fica assim um cheiro estranho no ar, quando me encontro com pessoas que naturalmente tendem a debater o que se passa. - Já viste aquela coisa de a igreja que caíu todinha e só ficou a imagem de um santo? - Hum... não. - Deu ontem nas notícias, não viste? - Hum... não. Fica no ar um cheiro estranho, como se fosse bizarro que eu não saiba coisas "vitais". Rapidamente termina o assunto, porque também nada sei sobre o marido que matou a família à facada ou sobre o que disse ontem o Primeiro Ministro. Assuntos pessoais, coisas que, essas sim, são vitais, habitualmente, não se dizem. Palavra que gosto cada vez mais de saber o que cozinhou para o jantar aquele casal amigo, o que viu um outro amigo ao regressar da viagem que fez pelo Japão, numas bem merecidas férias ou como é que aquela minha amiga lida com o filho adolescente, que está a passar a "fase do armário". Pensar que, durante o chamado prime time televisivo, a maior parte das pessoas está a jantar e a ver notícias, dá-me a volta ao estômago! Por isso, toda a gente sabe da igreja que caíu ou das chuvas que destruíram não sei quantos hectares não sei onde, mas são muito menos os que sabem realmente como preencher o formulário do IRS. Afinal, o que é mais importante? É uma questão de prioridade. Pessoalmente, prefiro a minha ignorância. A tal que deixa um cheiro estranho no ar, em conversas gerais? Essa.

quinta-feira, abril 08, 2010

De como te adoro

De visita à blogosfera, empaturrei-me com um blog de escrita densa e profunda. Já não sei que blog era.

Lembrei-me de 2004, quando comecei a "blogar". Da relação directa entre o número de comentários e a suposta qualidade do blog. De como eram bonitas as palavras, sobretudo deprimentes, dos que escreviam sobre os afectos (está na moda agora, dizer e escrever coisas deste género, tipo "afectos" e tal).

Pois, seis anos mais tarde, fiquei empaturrada de escrita densa e profunda num blog onde esbarrei, bati de cabeça e caí pra trás.

De como te adoro, mas - oh anátema - tu não me adoras.
De como apetece falar da "vida nacional", com os nossos quês e porquês, mas só me lembro de como te adoro - obviamente, tu não me ligas nenhuma.
E às tantas, já te detesto de tanto te adorar - de permeio com as questões judiciais nacionais, políticas, anemias da sociedade e assim.

Ah! Mas como te adoro...
E pronto. Assim, num blog se escreve pelo gosto de escrever; assim se realiza uma série de exercícios de escrita, sem que haja nem uma ponta de coerência emocional.
De como te adoro, detesto adorar-te, com as nossas histórias do nosso dia-a-dia pelo meio.

Basicamente, depois de fazer a digestão, depois de umas quantas águas das pedras, de arrotar vogais e consoantes, lá entendi. Afinal, o que a autora do blog queria dizer era: escrevo bem, conjugo bem tempos verbais, uso figuras de estilo, já agora aproveito e misturo o adoro e o detesto (contrastam bem), dirijo tudo isto a ti e, no final, ficou um exercício de escrita, com todos os pontos nos is e sem nada lá dentro.

Agora que já arrotei, sou como os bébés... já posso ir dormir.
Até logo.

quinta-feira, abril 01, 2010

As mulheres aborrecem-se facilmente...

REALLY???



A ser verdade... qual será a razão de tão sexista e bizarra afirmação "comercial"?




Pronto, está explicado o mistério.
Digamos que umas bejecas pretas, uns jogos de futebol num ecrã gigante já satisfazem os homens. Logo, não se aborrecem tanto. Contentam-se com pouco, os pobres!

Ahhh... mas o que seria destes homens das bejecas, sem as mulheres a servi-los com uma deferência profissional estonteante? A massajá-los com a garrafa da bejeca (que é um bocadinho fálica, admitamos) e a "limpar-lhes o rosto" com a espuma da cerveja?

Depois de ver estes dois spots publicitários juntos tantas vezes na televisão, uma mulher (leia-se eu) pergunta-se:
se nós - mulheres - nos aborrecemos facilmente, se uma cerveja preta e um jogo de futebol contentam os homens sapos (perdão ... os homo sapiens masculinos), porque é que lá estão seres humanos do sexo feminino nos spots?

É que conceber spots publicitários para um público masculino ... é d'homem!!!!

É! É! É! É! É!