terça-feira, janeiro 26, 2010

... raciocínio lento...

Dizia o pasquim:

"Madonna celebrou, esta semana, o quarto aniversário de Mercy James, a menina que adoptou no Malawi, numa loja de brinquedos de Nova Iorque."

O meu raciocínio lento:

-Hã? A Madonna adoptou uma criança numa loja de brinquedos?

...

- No Malawi, as acrianças adoptam-se em lojas de brinquedos?

...

- Ah! Numa loja de brinquedos de Nova Iorque.

...

- Em Nova Iorque adoptam-se crianças nas lojas de brinquedos?

...

- Não... espera!

...

- A Madonna adoptou uma criança no Malawi, sim...

...

- Pois, ... numa loja de brinquedos de Nova Iorque?

...

- Hã?

...

- Ah! Irra! Madonna celebrou o 4º aniversário da filha que adoptou no Malawi e a festa foi numa loja de brinquedos de Nova Iorque!

Credo... como se tornou filosófico e abstracto o meu raciocínio, depois desta escrita tão coesa!

quinta-feira, janeiro 21, 2010

...não apetece...

não apetece nada falar de desgraças...
mas que as há, há!

coisas que acontecem há centenas de anos, há milhares ...
aparentemente, nada que possamos predizer (senão predizíamos)
ou prever...

não vou pós-ver...

sei que há desgraças a acontecer...
falar delas é gastar palavras, escrever sobre elas é um desgaste maior.

é importante ter consciência que falar sobre as desgraças não as torna menos desgraçadas.
sabe-se uma vez ... e chega.

não vale a pena bater nas desgraças, vezes sem conta.

desgraçadas já elas são...

o que vale a pena, isso sim, é fazer. agir.

tirar férias do dia-a-dia que suportamos e partir rumo ao desconhecido desgraçado.
para ajudar, com as mãos, os pés, a cabeça ao frio (ou ao calor)

se ficarmos em casa, a ver as desgraças num espaço rectangular,
delas nos alimentamos, para falarmos delas mais tarde, no café,
para nos integrarmos naquela pausa conversada a meio da manhã no emprego,

ná!

não vale mesmo a pena.

no nosso pequeno mundo, se partíssemos rumo ao desconhecido desgraçado,
talvez a desgraça pudesse ser o estandarte da nossa própria graça e benção,

estamos vivos nós;
nestas alturas, parece que estamos tão mortos, como os que caíram nessa desgraça.