terça-feira, outubro 26, 2010

Uma frase de passeio

De passeio, encontram-se coisas destas.


A frase parece bonita: "Faz tudo como se alguém te contemplasse" de Epicuro.

Fazer tudo como se alguém nos contemplasse, implica necessariamente que agimos de forma diferente quando alguém não nos contempla. Quando estamos sozinhos.

Portanto, agimos todos de forma diferente, quando ninguém está por perto.

Entendo perfeitamente que esta frase seja destinada, digamos, aos nossos comportamentos sociais. Mas, na nossa vida pessoal, se eu fizesse tudo como se alguém me contemplasse, não andava mal trajada em casa - de pijama, pantufas, despenteada; não deixava a cama por fazer, com os meus dois gatos a apanhar sol, sobre o edredão; não deixava a loiça por lavar, como deixo tantas vezes.

Afinal, porquê retirar-nos estes pequenos prazeres e libertinagens da individualidade?

Partindo sempre do pressuposto que as nossa acções não se destinam a prejudicar ninguém, mesmo quando alguém nos contempla - nos vê - e se nos apetece correr descalços sobre a relva de um parque qualquer; dançar, mesmo no meio da rua; gritar, espernear, rir e chorar, fazer sapateado?

Pronto, eu entendo a frase. Só que me apetece rabujar. Pois que contemplem.

quinta-feira, outubro 21, 2010

Uma "consulta" de Tarot...

Até posso ser mazinha, mas já não é a primeira vez que faço isto. Pago a uma dessas senhoras que lêem cartas de Tarot.

Apareço sempre com uma história inventada. Nada do que digo é verdade.
Ontem, voltei a repetir a experiência. O tema que levei à senhora foi, claro, o amor!

Pergunta dela: E tem alguém na sua vida?
E eu: Pois, é isso... tenho e não tenho... esse é que é o problema.
Ela: Não diga mais nada, vamos já ver isto.

Depois de todo o processo de tirar as cartas e tal... resultado:
Eu sou uma pessoa com muito amor para dar e tal. Tenho protecção. E há ali um empecilho. Está claro nas cartas. Uma mulher mais nova, que se faz de muito amiga (uma colega de trabalho, mesmo) e que me trai pelas costas. Portanto, é fundamental que eu ignore essas invejas que por aí andam e, claro que vou conseguir! Aliás, tirando mais duas cartas, a senhora disse-me logo: olhe que isto vai dar mesmo em união!!

Respirando fundo.
Lá saí eu da minha "consulta" de Tarot, um bocado preocupada, não escondo.
Imaginemos que, em vez de ser eu, aquela mensagem fosse passada para uma mulher que é absolutamente ingénua e acredita em tudo o que lhe dizem.
Saía dali uma mulher a olhar à sua volta, no trabalho, a ver quem seria essa mulher mais nova que é o tal "empecilho", cheia de inveja e tal. Implicaria certamente um desgaste emocional enorme, em busca de traições e invejas, onde nem sequer as há! É preocupante! Criar um drama onde ele nem sequer existe.

Também não escondo que me ri um bocado com aquilo tudo.
Nada do que eu disse à senhora é verdade. Deveria eu, no final, tê-la desmascarado?
Perguntar-lhe, se é realmente boa leitora de tarot, devia ter visto aí algo que batesse certo com a minha vida real. Independentemente da minha mentira, se a leitora de Tarot fosse realmente alguém com o mínimo de intuição, aperceber-se-ia da minha patranha.

Ou isso, ou então as cartas não funcionam mesmo!!
Por acaso, sei que funcionam, mas não com pessoas assim.
Isto é como tudo, há bons profissionais e maus profissionais em tudo.
É pena, porque assim se desacredita facilmente uma actividade que se baseia na intuição. Ou se tem, ou não se tem. E não pode ser qualquer pessoa a "ler" cartas. Simplesmente, não pode.

Vou continuar a fazer estas minhas experiências. Até que venha alguém que me apanhe, em flagrante delito, a mentir descaradamente acerca da minha vida pessoal.
Se um dia estiverem com disposição para isso, experimentem. Aguentem a mentira, com ar ingénuo, inventem coisas da vossa vida pessoal. É tão ridículo o que ouvimos, até que apareça mesmo alguém com intuição para nos "apanhar".

Até agora, nenhuma delas me apanhou.

segunda-feira, outubro 18, 2010

Homens à parte!

Acho muito bem que todos façamos algum exercício, desde caminhar, correr à beira da praia, dar uns bons passeios de bicicleta, levar o cão a passear, ir com as crianças para o parque, enfim, tudo isso e mais o que cada um de nós quiser.

Mas isto? O que é?




Apanhei este anúncio numa revista qualquer, não interessa. Tirei a parte com o preço, que também não interessa para o caso.
Do que eu gostei mesmo foi daquele cor-de-rosa cá em baixo "Sem homens"! Lindo, não é? Sem homens e sem complexos!

Ora, significa isto que no universo feminino- todo ele elaborado e complexo - a presença de homens num ginásio provoca mais complexos? Porquê? Sejamos nós magras ou gordas, belas ou feias, que importa que haja homens num ginásio?

Bom, pessoalmente não entendo esta forma de pensar. Até porque - que me desculpem as mulheres que não pensam como eu - que tipo de experiência é ir a um determinado sítio, onde não entram homens? Para quê, qual é o objectivo?

Devo ser um bicho raro, como mulher, mas eu acho que um mundo só de mulheres é a coisa mais desinteressante que há.

Afinal, quando vamos ao ginásio, estamos a reparar nos homens que lá estão? Nas outras mulheres que por lá pairam? Eu não! Quero lá saber dos tipos musculados dos ginásios e das mulheres todas giraças que por lá andam.

O que eu quero é fazer exercício, preocupo-me comigo e com o meu corpo. O resto é absolutamente secundário, quem lá está ou deixa de estar.

Fazer publicidade a um ginásio em que não importa mesmo o que lá é feito, que técnicas são usadas para o nosso bem estar físico. O que importa é o que está bem salientado a cor-de rosa: sem homens...

Não me interessa, sinceramente e acho uma chatice que se comece a ter este tipo de comportamento social. Enfim... vou dar uma volta, para arejar a minha cabeça feminina, lá fora, com pessoas, homens e mulheres - de preferência.