quarta-feira, outubro 30, 2024

Trágico, realmente!

Realmente, tudo isto é uma tragédia!
Não só o número de acidentes, como a ausência das patrulhas da GNR!! E mais, o que é realmente trágico é que, se as patrulhas andam na estrada, é uma chatice porque as patrulhas andam na estrada. Se não andam, é porque não andam.

E assim, é um infindável número de queixas constantes. Lá reza o ditado: preso por ter cão...

Mas o cabeçalho desta notícia é outra tragédia.
"Falta de patrulhamento resulta em excessos".

Como assim?
Utópica, como sempre, lá vou eu argumentar que não é a falta de patrulhamento que provoca os excessos na estrada. São os condutores!
A "falta de patrulhamento" é algo que não existe, não é sujeito. Quem age são as pessoas. E são os condutores que terão de ser responsabilizados pela sua condução!

Desde que me lembro que nesta altura de férias é sempre a mesma coisa. Já não é notícia, senhores do Correio da Manhã! Irra, que até aborrece!

Sou mesmo utópica, porque realmente acredito que eu própria ajo exactamente da mesma maneira, quer haja polícia por perto ou não. Na estrada, a mesma coisa.

Neste tipo de situações, vê-se quão adolescentes somos! Tudo na fase da puberdade, com as hormonas aos saltos, a conduzir como se nos tivesse saído a carta na Farinha Amparo!

Trágico, realmente!
Se os cidadãos não se conseguem reger pelo seu próprio código de conduta, de respeito pelos outros e pela vida humana, claro que a culpa é da "falta de patrulhamento"! Será que precisamos também da polícia de costumes, que haja mais decretos-lei que nos digam o que dizer e o que fazer a cada minuto da nossa vida?

Isto não é notícia, nem merece cabeçalho! Aumento de acidentes no verão? Não é notícia. Falta de patrulhamento? Também não é notícia. Não deveria ser notícia. Num mundo ideal, cada cidadão pensa por si, responsabiliza-se pelos seus actos.

Normalmente, os media são um bom exemplo do pensamento colectivo. Tendo em conta que o CM tem um público alvo de classes C e D, atrevo-me a dizer que, infelizmente, a maioria dessas pessoas precisa mesmo de patrulhamento.
Trágico!

(Texto republicado de 2018)

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