E lá está o Pavilhão de Portugal... quer dizer um monte de "cortiça nacional" a representar o nosso país.
Segundo este site :
"O Pavilhão de Portugal com uma área de 2.000 m2 apresenta uma fachada revestida de cortiça, material nacional, reciclável e ecológico. Trata-se de um exemplo de inovação e de boas práticas ambientais que potenciam a imagem de Portugal na maior Exposição Universal alguma vez realizada. Reflecte o conceito de sustentabilidade dos edifícios das cidades contemporâneas e realça-o como elemento-chave das políticas nacionais em termos económicos e ambientais."
A ideia geral é "recriar" a Praça do Comércio, mesmo no centro de Lisboa.
O nosso tema:
Portugal, uma Praça para o Mundo e Portugal, Energias para o Mundo.
Sim senhor!!!
Basicamente, o nosso Pavilhão é um bloco de "cortiça nacional", reciclável (claro!) e assim se representa um país que é, segundo o tema, uma praça para o mundo.
É mais ou menos isto:

Excuse me??
Se não housesse qualquer referência a Portugal, neste edifício, comco é que ele nos identifica??
Obviamente não sou arquitecta (Carlos Couto é que fez o edifício), mas olho pra isto e não me identifico, como cidadã Portuguesa.
Pode ter dado muito trabalho a contruir, imaginar, criar (com um orçamento na ordem dos 3 milhões de euros!!!), custou-nos os olhos da cara e ... onde está Portugal nisto?
Tudo remete para uma "modernidade" (palavra muito moderna, perdoe-se a repetição), em que tudo o que é a nossa tradição é completamente abandonado. Ou seja, tradição e "modernidade" não combinam. De todo!
Se perdermos esta relação - modernidade/tradição - deixamos de ter identidade.
Não me revejo, como Portuguesa, neste edifício que, supostamente, representa o meu país na Expo 2010, em Xangai, na China.
E sonho com as nossas coisas, as Portuguesas - com as casas minhotas, com as casas algarvias, com as casas da Serra da Estrela, com os bairros típicos de Lisboa, do Porto. E o meu sonho termina comigo a entrar no Pavilhão de Portugal na China: um enorme pastel de nata (feito de cortiça nacional ... reciclável).