
Tu, desse lado, olhavas-me, ainda inseguro. Nunca perdeste a compostura, nem nesses momentos tardios do dia, em que, de garrafa na mão me perguntavas:
- Queres um pouco?
Tímido, eu sei. Disfarçavas a timidez por detrás dessa postura feita de pedra. Ao longe. Do outro lado da lareira.
Agora, sinto a tua falta. Dessa distância que agora desejo. Desse porte composto, inseguro.
Queria tanto ter-te aqui.
Sim, estou à lareira.
Sim, é fim de tarde. Mais uma vez.
(Publicado originalmente a 11 de Fevereiro de 2006)
Sem comentários:
Enviar um comentário